11 de maio de 2010

A Geração Tolerância

A edição da Veja dessa semana trouxe como reportagem capa "A geração tolerância." (link)
Então nem preciso comentar, embora já o tenha feito no twitter, que as ideias começaram a borbulhar aqui em minha cabeça.
Porém, como já enviei à redação da revista, eles foram muito otimistas e específicos ao colher os depoimentos dos entrevistados. Eles deveriam mostrar, denunciar indiretamente, os pais e a sociedade em geral que não aceita essas "diferenças" que já são tendências claras do mundo contemporâneo. Por exemplo, não é todo mundo que aceita um casal de diferentes raças e religiões. Tampouco de mesmo sexo. Esse último caso, principalmente, é o que não vejo mudanças à curto prazo.
A edição afirma, ainda, que "
As mães se assustam, mas logo o amor materno supera o choque do novo." Bom, eu confesso que quase fiquei órfão quando resolvi assumir a minha sexualidade à senhora "amor materno", mas ainda falta comprovar a segunda parte, a que afirma esse amor supera o choque. Não, meus amados, nem sempre é assim. Pelo contrário. Há praticamente dois anos e meio resolvi confiar a minha sexualidade à minha mãe. Quem está ao meu redor, mesmo que do outro lado do país, sabe que até hoje esse choque não foi superado. Confesso que, mediante tanta pressão, às vezes eu me arrependo de ter contado. Pura idiotice minha. Eu não tenho que me adaptar à sociedade, essas pessoas medíocres que têm que aceitar as diferenças e perceberem que o mundo não gira somente ao redor deles. After all, mudanças existem e muitas delas são para melhorar. Preciso lembrar de fatos históricos que afirmam o que foi dito? Preciso lembrar que, se não fosse por revoluções, o mundo continuaria governado por autoritaristas ou, até mesmo, senhores feudais? Que as mulheres não teriam direito ao voto, assim como negros e analfabetos? Bom, acho que não. Isso já é de conhecimento geral. Assim como também é de conhecimento geral que a mudança não está acontecendo como deveria, infelizmente. Medidas estão sendo criadas, como casamento homossexual, leis contra homofobia.. Mas, ei. Isso é o óbvio a se fazer. Temos liberdade para assumir quem somos, sem precisarmos de fachadas, sem medo de sermos zoados ou, até mesmo, agredidos.
Cabe à sociedade decidir se vão querer ser pacíficos e abertos à mudanças quanto a isso ou se vão permanecer nesse mundinho de merda que vivem.