26 de maio de 2012

Todo anjo tem medo, também.

Ele faz de tudo para prover à pessoa amada o melhor e, mesmo assim, por não obter sucesso, ele, além de se sentir incapaz, é tomado por uma sensação de medo, um mal estar psicológico e centenas, milhares de ideias em sua cabeça. Quisera ele que essas ideias fossem positivas, mas não são. Não são mesmo.

Infelizmente, ele está cercado de pessoas querendo seu mal. E ele, também. Ele, pela exigência política do mundo, tem que passar por cima e, às vezes, por baixo para (tentar) sair ileso das diversas situações. Eles invejam, eles não curtem, eles falam mal, eles inventam, eles reinventam. Ele sente medo, ele tenta demonstrar forças para seu amado, ele falha.

Ele tenta ser o melhor, é sua expectativa. Mas, na realidade, ele acaba sendo o pior. Ele muda, mas sabe que ainda não é o suficiente. Ele se adapta, mas ainda precisa de mais. Mais, mais, mais. Mas de onde ele deve tirar forças para esse "mais"? Quando tudo conspira pro "menos", pro fracasso, pra derrota. Mas ele é persistente. Ele pensa no futuro, ele sabe que, lá na frente, tudo isso vai valer a pena. Então ele tenta. Ele tenta, ele tenta. Ele se sai bem, mas, no final, ele fracassa. Ele se cansa. Ele briga. Eles aplaudem. Ele fica triste. Eles ficam felizes. Ele tem medo. É, ele tem medo.

Medo de que, por causa deles, ele não consiga ser o suficiente. Ele tem medo de fracassar, ele tem medo de perder. Ele tem medo. Ele tem medo de ter medo. Mas ele não pode demonstrar medo. Ele tem que ser forte. Ele tem que passar força para ele. Ele faz por ele. Logo, ele também tem que fazer por ele.

Ele tá confuso. Ele não sabe mais o que fazer. Ele já não sabe o que escrever. Ele, muito menos, sabe o que falar ou se tem que falar. Ele não sabe o que eles querem, mas sabem que eles não querem bem. Ele quer o bem. E ele também. Ele busca o bem pra ele, e ele também.

Ele sou eu. Ele é você. Eles são eles.