12 de junho de 2010

Gay Heterossexual


Bacanundos (como diz a saudosa Maria Rita), o post de hoje novamente contou com a ajuda da Cláudia. Mas, dessa vez, eu não copiei o texto que ela postou. Fomos além. Na mais pura FALTA DO QUE FAZER, pegamos um vídeo (link) de uma entrevista com a Ana Carolina, e ela lê um texto muito engraçado e, de certa forma, deve ser verdade. O texto se chama "Gay heterossexual" e, só pelo nome, já dá pra ver que é engraçado. Bom, eu gostei. :/ Mas, enfim, a Cah e eu pegamos o áudio do vídeo e fomos copiando letrinha por letrinha, já que não achamos o texto. :/ HUAHA Bom, eu mereço, no mínimo, 50 comentários só por isso. u_u
Ah, e aproveitando que vocês estão lendo (assim eu espero), vou divulgar o blog de uma amiga super querida, a Paula. Aí vai o texto! Enjoy it. ;)


Gay heterossexual

- Você é um gay heterossexual

- Eu?

- Sim. Um gay que gosta de mulher e só de mulher, essa é a diferença.

- Mas de onde você ta tirando isso? Eu adoro futebol.

- Meu cabeleireiro também adora.

- Eu gosto de lavar carro, sofro com qualquer arranhãozinho ali no meu carro.

- Meu estilista, também.

- Ah, meu Deus. Você não me ama mais.

- Viu como é dramático? Qualquer coisa é uma ópera gay!

- Não sou nada. Não uso piteira pra tragar as palavras.

- Olha aí, humor refinado. Seu humor é gay. Ninguém entenderia essas piadas.

- Não, para, você ta me provocando à toa.

- Não, acho extremamente viril um gay ser heterossexual.

- Ta bom! Me mostra que sou gay!

- Lembra quando você fez um strip na última semana?

- Lembro. E daí? Não gostou?

- Vibrei! Sabemos, mas você arrancou a camisa, a calça, jogava pro lustre, pela janela, mostrava um desinteresse passional furação. E... no instante de retirar as meias, você cria um novelo com as duas como se fosse guardar na gaveta!

- Não me diga que é gay!

- Sim, foi uma parada gay.

- Para de polinizar. Não posso ser gentil, educado, afetuoso e já me rotula.

- Conversa de gay. Não recordo de um marmanjo defendendo a sua ternura.

- Sou vaidoso no amor, e daí?

- Pinta as unhas, corta o cabelo uma vez por semana. Seu guarda-roupa é duas vezes o meu! Adora loja, disposto a debater duas horas se leva uma echarpe ou não.

- Não vejo a vida com maniqueísmo, homo e hétero.

- Quanto tempo você suporta uma mancha no tapete?

- Cinco minutos!

- É! É o tempo pra buscar um desinfetante, né?

- Bom, ta tudo bem! Quer uma prova de que sou inteiramente masculino?

- Inteiramente? Estranho... um gay que emprega muito esse tipo de advérbio.

- Não, não, deixe eu falar.

- Ta, tudo bem. Me diz qual é a prova irrefutável.

- Eu tenho um poncho.

- Ué, todo gay usa poncho.

- Ah, eu vou mandar prum analista de Pagé pra acabar com essa frescura.

- Tudo bem, é um homem. Você é um homem. Um homem gay.

- Poderia arrumar seu brinco?

- Ta aí, falei. Repara em tudo, comenta qualquer pessoa que passa. O jeito que ela se veste, o jeito como ela fala, tomado de uma maldade alegre.

- Ué, falando mal dos outros que eu aprendi a me criticar.

- Nunca tem fim uma discussão de um relacionamento. Emenda um problema no outro, não termina um assunto.

- Acho que você está acostumada com desprezo.

- Ta me ofendendo? Eu puxo os seus cabelos.

- E se encontrar um nó, desembaraça?

- Isso é um detalhe! Observe agora a sua quebradinha de quadril pra afirmar que não é gay.

- Não, não, não. Isso não é suficiente.

- Combina cueca com camiseta. Homem não escolhe a cueca, pega a primeira que aparecer pela frente.

- Não me convenceu isso aí. Isso aí é de suas histórias, não é capricho.

- Limpa a casa com entusiasmo. Vocação Maternal.

- É uma vingança porque canto ABBA na cozinha.

- Não me entenda mal. Acho você um homem perfeito. Mas um super homem do Gil.

- Gilberto Gil? Pretende me desmoronizar?

- É um elogio, porra!

- Parece um homem falando agora.

- Ah, vá se danar!

- Descobri o que quer com essa conversa. Já transou com um gay, acertei?

- Tudo bem, sua paranoia é masculina

7 de junho de 2010

Procura-se esperança desesperadamente


Tem um bom tempo que não venho aqui. Precisava postar algo, então uma ajuda veio do céu pra mim. Aliás, do céu não. Veio do Rio de Janeiro. Sim, essa cidade maravilhosa onde uma das pessoas mais importantes pra mim mora, a Cláudia (clique no link para checar o seu novo blog.). Anyway, a Cah me mostrou esse post e não deu outra: Precisava postar isso aqui. Então, espero que vocês gostem e... tô esperando os comentários!

“Pra onde foi a minha inspiração? Cadê? Uma preguiça de acordar. Uma preguiça de tomar banho, escolher uma roupa, escolher entre bolo de chocolate e suco de laranja. Tudo parece ter o mesmo gosto falso de paliativos. De forte somente a preguiça de contar de tantas preguiças.
Da cartilha do sucesso, que manda estudar, amar o que se faz e se relacionar bem, apenas amei. Nem isso faço mais. Sou um péssimo aluno.
Tenho a impressão de ter chegado ao topo de uma montanha, mas ela era muito alta e afastada e ninguém me viu.
Em vez de sucesso sinto segundos desejáveis de suicídio, vontade de pular lá de cima da montanha com o dedo desejando um último foda-se ao mundo. Nem que seja para fazer barulho e sujar o chão dos equilibrados. Nem que seja para fazer falta. (…)

Chega de idealizar uma vida com um fone no ouvido. Eu quero tocar, eu quero cair das nuvenzinhas acima da minha cabeça.
Junto com meu deslumbramento, perdi boa parte de quem eu era. Boa parte tão grande que não tenho para onde ir. Sou um sem-vida.
Junto com o meu deslumbramento, perdi o rumo: quem não sonha não sabe aonde quer chegar.
O sonho guia, leva longe. Mas de frustrado ele te faz retroceder alguns anos, te transforma em criança assustada. Sei disso quando durmo em posição fetal querendo ser devolvido ao quente da minha proteção primária.
Minha esperança é que o sonho esteja apenas cansado e depois de uma boa noite retorne colorido, musicado e perfumado. Eu disse a minha esperança? Então eu ainda tenho alguma? Nem tudo está perdido.
Estou deslumbrado com a vida, que te devolve à infância quando o mundo adulto atropela e fere. Lá na infância você se enche de sonhos e volta preparado para o mundo adulto, que se ocupa a frustrá-los todos novamente.
Eu disse que estou deslumbrado? Não, eu não disse, eu escrevi. Que papo é esse?
Entre idas e vindas me resumo feliz. Entre altos e baixos me resumo equilibrado. Sendo assim, tá na cara e não tem pane: ando meio mal mas vou sair dessa.”

Por Tati Bernardi.